A Insustentável Leveza de Perder
Quando, há exactamente uma semana, dei início a este espaço bloguista, prometi a mim próprio que haveria dois temas nos quais nunca tocaria nem com uma vara de marmeleiro comprida, para que não criassem risco de contágio infeccioso ao resto da criação pseudo-literária-bloguista que por aqui campeia. O primeiro era o futebol, porque, tendo este blog claras e legítimas pretensões de se armar ao pingarelho e parecer mais do que realmente é, não se poderia obviamente rebaixar a tema tão populista, sob pena de deixar automaticamente de apresentar uma candidatura bem estruturada ao apetecível rótulo de intelectual. Sim, apetecível, porque apesar de o português ser, actualmente, a única língua viva na qual o adjectivo intelectual é cuspido à laia de insulto (que em breve substituirá até o tradicional e salutar filho da puta com que vituperamos as barbeirais manobras rodoviárias em que somos useiros e vezeiros), apesar disso, dizia eu, o epíteto de intelectual ainda é algo que se pode apresentar com orgulho em qualquer reunião familiar, tendo geralmente efeitos comprovados em tias solteironas, e sendo até potenciador do arrecadar de uns bons carcanhóis. O outro assunto que resolvi deixar de lado foi o padrão migratório das cegonhas, porque não percebo nada de passarada.
No entanto, e depois de cumprir religiosamente estes desígnios pela eternidade de uma semana, julgo que chegou a altura de deixar de lado os fundamentalismos e abordar um destes temas. E como continuo a não fazer a menor ideia do que raio andam as cegonhas a fazer, escreverei sobre futebol para tecer um breve mas ponderado, objectivo e isento comentário ao derby eterno ontem disputado, o Sporting-Uma Agremiação Qualquer. Ora cá vai: TOMEM!!!!!!! TOMEM LÁ, LAMPIÕES!!!!!!! VAI BUSCAR!!!!! NHA NHA NHA NHA!!!!!!! LEVEZINHO ALLEZ ALLEZ!!!!!!
E pronto. É esta a minha análise técnica à partida ontem disputada. A quem eventualmente não agradar o meu tom austero e desapaixonado, informo que a culpa não é minha, mas de 20 anos a ver futebol tendo como pano de fundo os dislates desse grande vulto do comentarismo futebolístico e da comédia involuntária que é o Gabriel Alves.
Posto isto, dou por definitivamente encerrado o tema futebol, ao qual prometo apenas voltar caso se verifique uma destas três improváveis condições:
1. Se os E.U.A. voltarem a ser assolados por um furacão com nome de líder de banda pop foleira.
2. Se Cristo descer à Terra ou o Manuel Monteiro ressuscitar politicamente (não consigo decidir qual das duas é mais bizarra).
3. Se me apetecer.
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