29.9.06

A Peste da Ignorância


Ao aproximar-me do final da leitura d’A Peste, de Albert Camus, incomoda-me algo que de igual forma me tinha atormentado há muitos anos, ao ler O Estrangeiro, e que bem mais recentemente voltou aquando da releitura do mesmo livro. Por muito que aprecie (e aprecio) o estilo, a escrita aparentemente simples, a humanidade singela, as digressões filosófico-existencialistas; não consigo deixar de ter a irritante sensação de que algo me escapa. E tenho certeza que escapa mesmo. Há mais qualquer coisa, oculta sob as camadas que me são perceptíveis e que, por minha manifesta inépcia, não consigo compreender, nem tão pouco perceber-lhe os contornos. Não tenho contexto existencialista, nunca li Sartre nem Beauvoir, tenho com sucesso conseguido esquivar-me a conhecer qualquer rudimento da sua cartilha filosófica e literária. Mas apetece-me ler Camus. E leio. Tenho vontade de gostar de Camus. E gosto. Gostaria de compreender Camus. E não compreendo.
É possível que me esteja a esforçar demasiado, é possível que o mais sensato seja limitar-me à fruição das palavras por si próprias e pelo que me oferecem… mas manifesto a minha ignorância impotente.

A gravura que ilustra esta curta prosa foi a primeira encontrada pelo incansável Google quando se lançou em busca de uma foto com “Camus” como palavra chave. O facto de me ter saído na rifa este senhor de porte marcial alegra-me na medida em que prova que não sou o único a estar equivocado quanto a quem era, de facto, Albert Camus…

3 Comments:

At 8:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

hummm......

 
At 2:41 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Também não conheço, deve ser estrangeiro!

Ulissipo Felicitas Julia

 
At 3:14 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Estava fuçando na internet atrás de textos sobre o livo "A Peste" do Camus, e, sem querer, vim parar no seu site.

Engraçada a foto que você colocou sem saber. E ela não está errada. De fato este é Camus, um dos personagens de Cavaleiros do Zodiaco.

 

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