1.10.06

Lobo Como Eu, Televisão na Rádio

Os nomes que damos às coisas da nossa vida, o código verbal que medeia a nossa relação com tudo que é mundo, têm a importância frequentemente decisiva de fazerem uma ideia, uma representação mental, preceder a sua materialização efectiva. Apesar de ser necessário, para elaborar profunda e correctamente este conceito, um linguista ou um psicólogo cognitivo, e eu não ser uma coisa nem outra, esta formulação rudimentar bastará para contextualizar o que se segue. Porque o blog é meu e porque me apetece. Esta importância fulcral da nomenclatura é tão mais importante num universo construído do e no efémero como é o da música pop (no sentido mais lato, em oposição à música dita clássica, ou erudita), com a qual, invariavelmente e por natureza, estabelecemos relações de alguma transitoriedade, por muito que determinados grupos e albuns nos acompanhem toda a vida. E acompanham.
E depois? Depois, há bandas que têm o bom senso de aliar um bom nome a melhor música (os Primal Scream, os Jane’s Addiction, os Spiritualized, etc., etc.); bandas há que até têm um nome apresentável mas insistem em nos bombardear com música irrelevante (os Arctic Monkeys, os Arcade Fire, os Man… or Astro Man?, por exemplo); e bem mais numerosas são as bandas que a um nome mau juntam música pior (os Coldplay, os Pearl Jam e mais algumas centenas).
Quando tomo conhecimento de uma banda através do seu nome antes de saber da sua música, e se o nome me soa foleiro, apegado como sou aos meus preconceitos, pelos quais nutro um saudável carinho, tento ao máximo ostracizar essa banda do meu espectro sonoro. Assim foi com os TV on the Radio, que se baptizaram com um nome que não lembraria ao mafarrico. Mas eles lá se insinuaram através dos interstícios abertos pela rádio, pelos soundbytes da net, pelos avisados conselhos do meu irmão mais velho; e o novo album destes nova-iorquinos, Return to Cookie Mountain, lá transitou de uma prateleira da Fnac para a minha vitrola. E para não adjectivar mais nem iniciar hiperbolizações, adiciono apenas a actuação dos inesperadamente brilhantes TV on the Radio no programa do Letterman, tocando Wolf Like Me. Façam-se um favor e reproduzam este video no volume máximo.





Ah, e hoje é o Dia Mundial da Música. Assim mesmo, com Maiúsculas Pomposamente Oficializadoras.
E o Dia Distrital do Salto ao Eixo, também. Freestyle.

2 Comments:

At 2:35 da manhã, Anonymous Anónimo said...

I Like it!


Lx Like me

 
At 10:57 da manhã, Blogger subtilezas said...

musica irrelevante!!???!!!

 

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